domingo, 23 de setembro de 2012

23 de setembro de 2011

O meu primeiro dia de baixa em casa.

Passou-se um ano desde que deixei o trabalho.
Muito medo, muitos sustos, dúvidas que me perseguiram em quase todos os dias deste retiro.
Será que vou conseguir?
Porque não tenho sintomas?
Porque tenho perdas?

Porque não pode ser tudo calmo e tranquilo?

Tal como noutros momentos da minha vida refugio-me na leitura. Nada de tv, filmes ou outros entretenimentos que depressa me levem a pensar no que não devo.
A leitura é a melhor das terapias, temos de ter a cabeça ocupada no que lemos, senão não vale a pena.

O final da gravidez foi o único momento de tranquilidade, mas aí já estava demasiado cansada para o aproveitar de outra forma.

E com o final da gravidez veio a realização de um sonho, ao qual me entreguei por inteiro.
E quando nos entregamos o tempo voa.
Se os primeiros sete meses demoraram a passar, estes últimos cinco voaram.

Perguntavam-me há dias se não estou cansada de estar em casa. Já não estou.
Cansada estava na gravidez, pois não consegui aproveitá-la plenamente.
Agora tenho com quem me entreter, com quem aprender todos os dias coisas novas.
Esta aprendizagem é tão boa que não me deixa tempo para muito mais, e de certo que não me dá vontade de regressar ao trabalho.

Mas, o que tem de ser tem muita força e hoje penso: ainda bem que optei pelos 150 dias, ter-me-ia arrependido e muito se não o tivesse feito.

Este foi o ano mais intenso da minha vida e vê-la a dormir é das coisas mais ternurentas que existe.
Está ali, tranquila, não sabe o que este ano representou na minha vida, mas um dia saberá o que ela veio trazer-me, muita luz, um verdadeiro raio de sol.

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