terça-feira, 26 de novembro de 2013

Não bebé

Aos 18 meses enquanto a mãe lhe dá o lanche começa a bater na mão da mãe, coloca dedo em riste e diz: Não bebé.

Qual desenho animado esfrego os olhos a ver se ouvi bem, insisto com a colher e oiço de novo: não bebé.

Acho que aos 18 meses a minha filha notificou-me que deixou de ser bebé. Deixei-a comer sozinha e sorriu com ar triunfal.

Miúda a ver se nos entendemos vais ser sempre a minha bebé, ok?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Os outros e a nossa infertilidade

Casei em 2004, desconfiámos de infertilidade em 2005, tivemos certezas em 2006 e iniciámos o primeiro tratamento em 2007.
Neste período tive dois chefes, e quando as desculpas esfarrapadas “ainda é cedo”, “temos muito tempo”, “estamos a aproveitar a vida” ou “ainda me estou a adaptar a esta cidade” deixaram de fazer sentido fui aos poucos falando de infertilidade.


Vivemos com muita gente por perto, trabalhamos de forma interligada com imensa gente, e aos poucos colegas e chefes souberam da minha luta.

Em 2008 fiz 3 tratamentos, um em 2009 que me deu o derradeiro negativo e alta do Santo António. O meu chefe da altura ao ver-me chegar ao trabalho achou que era positivo, vinha todo contente ter comigo e levou com uma choradeira.
Homem da idade do meu pai, com filhas mais novas que eu ficou sem saber o que fazer.

Em 2010 reformou-se, em 2011 engravidei, 2012 fui mãe, e hoje voltei a vê-lo.
Perguntou-me pela minha menina.
Mostrei-lhe foto e duas pequenitas lágrimas surgiram: “ai Angélica, tão bonita, muitos parabéns”. Outros colegas estavam presentes e não disse mais nada, brincou com o feitio da filha ser como o da mãe, e quando nos despedimos fez-me uma festinha no braço.

Fez dia 29 de outubro cinco anos que lhe pedi um dia de férias. Fiz parte duma manifestação junto da assembleia da república para que promessas feitas aos casais inférteis fossem cumpridas, e sem o contar apareci nas notícias.
No dia seguinte fui ter com ele, a explicar a situação. Não tinha visto nada, mas várias pessoas comentaram o que viram e mostraram-se surpreendidas.
No final disse-me: se acredita que isso a pode ajudar lute.

Claro que sei que quem nos quer bem alegra-se connosco, mas fiquei sensibilizada.

Hoje foi quase como saborear um pouco da minha vitória.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

18 meses

Um ano e meio.
A bebé está mesmo a dar a vez à menina.
Menina traquina, curiosa, persistente (ou teimosa, dependendo do ponto de vista).
Insiste sempre até conseguir o que quer, mas quando se vê derrotada mais que uma vez tenta contornar a questão, fingindo que não era importante, ou fazendo uma birra.
Birrasuimuitas. Começo a pensar que vou passar a ir às compras sozinha, pois as birras são muitas, bastante sonoras e irritantes. E nem sempre a cara zangada da mãe a faz acalmar.
Andou uma fase a fazer maldades às coleguitas, mas parece que foi apenas uma fase. Foi descoberta e deixou-se disso, simque D. Helena fazia maldades e ia logo para o lado oposto por isso ninguém se apercebia que a anjinha tinha andado a fazer asneiras.
Voltou a acordar com vontade de cantar, canta, falaqualquer dia os vizinhos zangam-se,
E o vocabulário continua a crescer a olhos vistos.
Olá
Mamã
Papá
Papa
Caca (cara)
Átá (já está)
Boua (bola)
Têas (pernas)
Aua (água)
Nãtá (não está / não há)
Cocó (na versão de cocó e de cucu quando se esconde de nós)
Vó (aquele aparelho com que fala com os avós) No outro dia o pai estava a falar com ela ao telefone, e ela não percebeu logo que era o pai. Depois ficou muito triste com cara de quem estava a pensar o que é que o papá está a fazer dentro da vó. Passa por lojas de telecomunicações e grita VÓ!
Não (dito com todo o sentimento do mundo). É engraçado quando para lhe trocarmos as voltas perguntamos algo cuja resposta seja sim: queres brincar? Fica muito atrapalhada e como não sabe dizer sim vem atrás de nós
Abou (embora)
Papu (sapato, já não é papo)
Caucau (xauxau) Ontem pegou numa pasta da mãe, arrastou pela sala e disse mamã caucau e lá ia toda contente à sua vidinha.
Cau (cão)
Bebé
Mão
Teta (sesta e testa)
Tuxe tuxe (truz-truz)
Tenta (senta)
Téá (até já)
Pau (chapéu, gorro, capuz...há quem goste de malas ou sapatos, ela gosta de paus)

Acho que finalmente encontramos o ponto de equilíbrio entre a falta da sesta matinal e o excesso de sono ao fim do dia.
Chega a casa, brinca, lancha, brinca, janta, toma banho e dorme. Acaba por andar mais tranquila, menos birrenta e mais carinhosa (as amiguinhas que o digam).
E assim se passou mais um mês. Isto passa mesmo muito depressa.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Aspirador...

Filha se não gostas do barulho do aspirador é bom que reconsideres a mania recente de fazer todo o pedaço de papel em picadinho...digo eu que sou tua mãe.